Sabe quando se pega uma fotografia e recorta alguém que não mais lhe agrada, e naquele lugar fica apenas uma sombra? Olhando aquela foto você sabe quem esta faltando, você até lembra-se dessa pessoa, mas ela não pertence mais a seu mundo, embora tenha vivido, sonhado, compartilhado. Ela esteve ali, fez parte daquilo, mas alguém a tirou dali. Houve um descarte.
Então, hoje, fiquei observando umas fotos, e me vi fora dali, como se eu tivesse sido deletada ou estivesse vendo aquilo de outro patamar. Fui recortada, descartada. Agora, explicitamente. Antes tal ação não havia acontecido, por conveniência ou “artifícios da vida”, mas hoje sim.
O cotidiano faz isso com as pessoas.
Invisto no lado da psicologia para entender: Existem fatores que são infiltrados aos poucos em uma vida. E as coisas acontecem de tal forma que você vai absorvendo a ponto de tornar-se um refém, e isso passa a ser normal, tanto que você nem para pra pensar o contrário, ou melhor, nem imagina que exista o contrário. Você passa a crer no que absorveu e isso se tornam verídico e as pessoas que fazem parte do processo, talvez não tenha culpa disso, foram habituadas, viveram isso ano após ano, quase uma vida inteira. Quase um ato involuntário. Foram “ensinadas” dessa forma.
Hoje estou fora dessa fotografia, fui recortada. Perdôo, porque é bem provável que essas pessoas não tenham o entendimento que tenho. Como não posso estar perto, de longe oro e peço a Deus que abençoe suas vidas.
Tenho minha própria, linda e abençoada fotografia. Agradeço a Deus por isso.
Grande abraço
Zirlei Dias
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