Olhar ?
Olhar estranho?
Julgar?
Não, isso não.
Já vivi um bocado para saber que isso não cabe a mim.
Agora olhar com uma interrogação, daí sim, as vezes queremos de forma matriarcal tirar as pedras do caminho dos passantes, mas de nada os ajudaríamos, senão eles por eles mesmo.
Segue um pouco do que digo, do que sinto, do que aprendi por esses anos idos nas palavras de Cora coralina:
"Eu sou aquela mulher
a quem o tempo muito ensinou.
Ensinou a amar a vida
e não desistir da luta,
recomeçar na derrota,
renunciar as palavras
e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos
e ser otimista.
Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar."
Oie!!!!! Que bom que você está aqui!!!!
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Todas as Cartas de Amor são Ridículas
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
sexta-feira, 15 de maio de 2015
sábado, 9 de maio de 2015
Mães e filhos!!
Há pouco ouvi, novamente, a fala que criamos os filhos para o mundo, de uma mãezinha de primeira viagem( em seu quinto
mês de gestação). Sempre considerei essa expressão objetiva demais, racional ao extremo, porque não é assim que pensava enquanto meus filhos estavam nascendo, enquanto estavam sendo amamentados, enquanto balbuciavam as primeiras palavras, ensaiavam os primeiro passos,, enquanto os levava para o
primeiro dia na escola... e por ai vai. Não é verdade que os criei para o mundo, embora não tinha dúvidas de que la na frente eles irão galgar seus caminhos, fazer suas
escolhas. Criei meus filhos para serem filhos, pessoas de bem, para te-los por perto. Criei meus filhos para ter acesso a sua felicidade, ás suas vitórias, ao seu sorriso, ao seu olhar de paz. Para vê-los fazer suas escolhas...Sabia que um
dia iriam seguir seus caminhos, suas verdades, seus projetos, mas isso faz parte do contexto sem que eu, mãe,tenha me apossado desse conceito.
Ah, eles vão seguir seus rumos, sim!! Mas "criar filhos para o mundo":
essa frase não carrega em sua bagagem o verdadeiro sentido que esta inserido em meu coração. É muito forte, para
que parta da boca, alma, mente de uma mãe. Ela é pesada demais. Mãe é puro coração.
ZirleiDias
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos. |
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão.
*Autor: João Cabral de Melo Neto
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